Critical Path Method
O critical path method (CPM) our método do caminho crítico permite, desse modo, descobrir o caminho crítico ou critical path do projecto. Este método é um dos conceitos mais importantes na gestão de projectos, e é por certo um dos mais antigos. O método do caminho crítico é, acima de tudo, um método popular de criação de cronogramas num contexto de projectos convencionais, iterativos, incrementais e híbridos.
O Critical Path Method (CPM) permite, assim, elaborar o cronograma de um projecto e determinar a duração do projecto a partir do caminho crítico de um projecto. Por fim, o caminho crítico é a sequência mais longa de actividades que devem ser concluídas para terminar o projecto.
Perspectiva Geral do Critical Path Method (CPM) | Método do Caminho Crítico
A equipa de projecto realiza, assim, as entregas do projecto através de actividades. Contudo, estas devem ser completadas numa ordem ou sequência específica. Por exemplo, se estiver a construir uma casa, não pode construir as paredes e só depois fazer as fundações.
Cada actividade demora, assim, uma quantidade de tempo e recursos diferente. Ou seja, demora mais tempo por exemplo, construir as paredes e colocar o telhado de uma casa do que instalar torneiras e acessórios. Ainda mais, podem existir várias sequências de actividades realizadas em paralelo. Por exemplo, no exemplo abaixo, existem várias sequências de actividades. Por fim, a equipa tem de realizar todas as actividades para terminar o projecto.
O CPM, também conhecido como Critical Path Analysis (CPA), identifica, assim, as dependências entre actividades. Para além disso, mostra que actividades são críticas para o projecto. Ou seja, que actividades não se podem atrasar sem atrasar o projecto.
O Critical Path Method (CPM) descreve, assim, a sequência de actividades mais longa no projecto. Ou seja, descreve a sequência que demora mais tempo. No exemplo, existem duas sequências de actividades. Por um lado, a sequência “Início-D-E-F-Fim” demora 9 dias. Por outro lado, a sequência “Início-A-B-C-Fim” que demora 19 dias. Dessa forma, o caminho crítico do projecto corresponde às actividades A, B e C. Ou seja, se houver atrasos na sequência do caminho crítico, o projecto irá sofrer atrasos.
O método CPM determina ainda a duração total do projecto, ou seja, o tempo total gasto para completar a sequência ao longo do caminho crítico. Dessa forma, no exemplo anterior a duração do projecto é de 19 dias.
O algoritmo do Critical Path Method (CPM) | Método caminho crítico explicado
1º Passo – Listar as actividades
A primeira coisa a fazer é identificar as actividades do projecto com base na WBS (Work Breakdown struture). Isto porque, a WBS identifica as entregas e os pacotes de trabalho, que por tradição são descritos usando substantivos. Assim, estes elementos serão decompostos num conjunto de acções, que por tradição são descritos usando verbos.
2º Passo: Definir as dependências
Depois de identificar as actividades, devemos, assim, analisar que actividades dependem de outras e em que ordem. Assim, no final, obtemos um entendimento da sequência de actividades que é necessária para determinar o caminho crítico.
3º Passo: Criar um diagrama de rede
Depois de identificar as actividades e dependências, o passo seguinte é, assim, criar um diagrama de rede. Este também conhecido como network diagram. Dessa forma, este gráfico inclui as actividades, dependências e durações. Isto porque, as setas indicam a sequência das actividades. Assim, crie caixas separadas para cada actividade. Em seguida, use as setas para identificar as dependências entre as actividaades em cada sequência. Dessa forma, este diagrama de rede formará a base do caminho crítico final.
4º Passo: Representar as durações das actividades
O passo seguinte é, assim, estimar e registar a duração de cada actividade. Dessa forma, a equipa de projecto pode estimar a duração das actividades usando métodos alternativos, como por exemplo, usar:
- a experiência da equipa
- projectos passados
- benchmarks do sector
- modelos paramétricos
5º Passo: Calcular o caminho crítico
O algoritmo usa a data de início, a duração e a data de término de uma tarefa para descobrir quais são as actividades críticas. Assim, no diagrama de rede, anota-se as datas de início e término de cada actividade ao lado da sua caixa.
A tabela seguinte inclui um exemplo de um conjunto de actividades, dependências e durações.
Data Mais Cedo
Primeiramente, o Critical Path Method determina as primeiras datas das atividades. Mais especificamente, determina um início mais cedo (ES) para cada atividade e regista-o no canto superior esquerdo. Também determina uma data de término mais cedo (EF) para cada atividade e a registra no canto superior direito. Por exemplo, a imagem a seguir representa o diagrama de rede com atividades, durações, e informação sobre início mais cedo(ES) e término mais cedo (EF). A primeira data de início (ES) da atividade B é 0. Em outras palavras, a primeira data em que pode iniciar a atividade B é o dia 0.
O Critical Path Method determina o EF adicionando a duração à data de início mais antiga (EF = ES + Duração). Consequentemente, a data de término mais próxima (EF) da atividade B é 5 (0 + 5 = 5). Além disso, o EF de uma atividade antecessora será transferido para a atividade sucessora. Por exemplo, o ES da atividade é 5 porque o EF da atividade B também é 5.
Quando dois caminhos convergem para uma única atividade, o EF posterior das atividades predecessoras determinará o ES da atividade sucessora. Além disso, o ES de uma atividade com mais de um antecessor derivará do FE posterior. Por exemplo, o EF da atividade F determina o ES da atividade F. Embora a atividade D também seja antecessora da atividade G. O CPM repete o processo para cada atividade e determina suas datas ES e EF.
Data Mais Tarde
Em segundo lugar, o Critical Path Method determina as últimas datas das atividades. Mais especificamente, determina um início mais tarde (LS) para cada atividade e registra-o no canto inferior esquerdo.
Ele também determina uma data de término mais tarde (EF) para cada atividade e a registra no canto inferior direito. Por exemplo, a data de início mais tarde (LS) da atividade D é 80. Em outras palavras, a última data em que se pode iniciar a atividade D é no dia 80. Ao mesmo tempo, a data de término mais tarde (LF) da atividade B é 90.
O Critical Path Method determina o LF de uma atividade sucessora revertendo o LS da atividade sucessora. Por exemplo, o LF da atividade D é 90 porque o LS da atividade G também é 90. Além disso, o CPM determina o LS de uma atividade subtraindo a duração do LF (LS = LF – Duração). Assim, o LS da atividade D é 80 (90-10).
O Critical Path Method repete o processo para cada atividade e determina suas datas de LS e LF. O método pode então determinar o caminho crítico. Ou seja, pode determinar a sequência de atividades de maior duração.
6º Passo: Determinar as folgas
A folga, também conhecidas como slack ou float, é, assim, a quantidade de tempo que uma actividade pode ser atrasada sem atrasar o projecto.
Assim, uma actividade no caminho crítico tem folga zero. Ou seja, não podem ser atrasadas sem causar um atraso no projecto.
No entanto, existem actividades no projecto que podem ser atrasadas sem impactar o projecto. Dessa forma, esse atraso é chamado de “folga”.
Por fim, calcular as folga das actividades do projecto é importante para melhorar a distribuição dos recursos. Isto porque, o gestor de projecto pode desviar recursos de um actividade com folga para uma actividade crítica de forma a reduzir a duração do projecto.
Assim, para determinar as folgas, o gestor de projecto deverá determinar a segunda sequência mais longa de actividades no diagrama de rede.
Em seguida, deverá subtrair a sua duração total da duração da sequência do caminho crítico. Dessa forma, a diferença entre as duas durações corresponde à folga das actividade na 2ª sequência. Por fim, as actividades que pertencerem às duas sequências terão uma folga zero e pertencerão ao caminho crítico. Em suma, este proceso deve ser repetido para todas as sequências.
7º Passo: Comprimir o cronograma
Os projectos existem, assim, dentro de restrições que podem obrigar a reduzir a duração planeada para o projecto. Dessa forma, existem diferentes alternativas para reduzir a duração do projecto:
Fast Tracking ou Paralelismo
Fast tracking consiste, assim, em executar actividades críticas em paralelo, em vez de realizá-las de forma sequencial. Dessa forma, o paralismo permite reduzir a duração do projecto. No entanto, resulta pro norma num aumento do risco do projecto. Ainda mais, o paralelimo só é possível se as dependências que estão a ser alteradas forem do tipo “soft logic”. Ou seja, não forem dependências mandatórias. Por exemplo, é possível iniciar a actividade de testes antes de terminar por completo a actividade de desenvolvimento.
Crashing ou Compressão
Crashing consiste, assim, em alocar recursos adicionais às actividades críticas. Dessa forma, o crashing permite reduzir a duração do projecto. No entanto, resulta normalmente num aumento dos custos do projecto. Contudo, o crashing só é possível se as actividades em causa não forem de duração fixa. Ou seja, se a duração variar com a alocação de recursos. Por fim, para realizar crashing, o gestor de projecto pode recorrer a recursos externos ou movimentar recursos de actividades com folgas significativas para actividades críticas.
Renegociar âmbito ou qualidade
Dessa forma, o gestor do projecto pode renegociar entregas, requisitos de produto ou requisitos de qualidade. Assim, esta renegociação pode permitir reduzir a duração do projecto. No entanto, existe de forma tipica, um efeito adverso nos benefícios esperados do projecto e na satisfação do cliente.
Conclusão
Por fim, a identificação do caminho crítico dá à gestão de projectos a data de conclusão do projecto total e a flexibilidade de prazo das actividades. Por outro lado, o Método do Caminho Crítico (CPM) identifica a sequência de actividades sem folga. Dessa forma, os gestores podem usar essa informação para optimizar a duração do projecto. Para além disso, o método do caminho crítico permite optimizar a eficiência dos recursos. Isto porque, ao mapear o caminho crítico e visualizar as dependências, o gestor de projecto poderá gerir melhor os recursos disponíveis. Dessa forma, as actividades críticas devem ser prioritizadas para evitar atrasos no projecto.